A CCT na “Tertulia Escudos IV”. Em debate: os incêndios e muito mais…
A Casa Comum das Tertúlias, representada por mim próprio, esteve presente, a 30 de Agosto de 2005, pelas 17h, na “Cafeteria de Los Escudos IV”, em Salamanca, local onde se reúne, semanalmente, dez anos e mais de 500 tertúlias passadas, “La Tertúlia Escudos IV”.
Era dia de tertúlia com TEMA LIVRE (por vezes, no mês de Agosto, com menos tertulianos e a cada cinco tertúlias, sensivelmente, há uma sem tema à partida, nem convidados), na qual participaram 20 tertulianos (n.º habitual no mês de Agosto e que ultrapassa, nos restantes meses do ano, normalmente, os 30, o que tivemos oportunidade de comprovar nas duas tertúlias anteriores em que aí participámos), dois deles portugueses.
Um dos organizadores (sendo a outra Luisa Vaquero) e habitual moderador, Luis Gutiérrez Barrio, deu início à tertúlia, perguntando aos companheiros presentes sobre o que queriam falar, se de um ou mais temas. Via “e-mail”, avisara Luis Gutiérrez da minha visita à tertúlia, tendo-me dito que seria dia de tema livre, no entanto, poderíamos vir a falar (do flagelo) dos incêndios que afligiam Portugal e Espanha, o que logo lhe respondi que sim, que também me interessava debater.
Posto em cima da mesa este tema, o dos incêndios (em Portugal e em Espanha), abordaram-se várias questões relativas aos mesmos: as suas causas directas (pirómanos, vinganças, interesses urbanísticos, o negócio das madeiras, a venda da madeira queimada, o fogo posto, ), as indirectas (a falta de prevenção, o mau ordenamento florestal, a vigilância insuficiente das áreas florestais, a não libertação dos bombeiros para o combate dos fogos, por parte das empresas privadas, os bombeiros “no papel”, a descoordenação no combate aos incêndios, quando estão em causa em simultâneo vários concelhos, com cada comandante a puxar os meios para o seu, o caso espanhol, em que se regionalizou uma área que não podia deixar de ser de âmbito nacional, como a prevenção e combate aos incêndios e com todos os problemas que isso acarreta, quanto os fogos atingem zonas fronteiriças entre várias regiões, cada uma com a sua politica de combate aos fogos), falou-se do auxílio do exército aos bombeiros (da sua maior necessidade), de penas mais duras (e efectivas) para os incendiários, a questão duma melhor reflorestação, da propriedade (privada ou pública dos terrenos), do problema de se limparem atempadamente os terrenos, defendendo-se que quem não o faça seja obrigado, não o fazendo que o faça o Estado apresentando a factura ao proprietário .
Uma pergunta que fica no ar? Com o dinheiro que se paga por uma hora de voo no combate aos incêndios, quanto não daria para pagar a mais vigilantes das nossas florestas, para melhor formar os nossos bombeiros ou para que se limpassem as matas? Como disse um médico presente, fica bem mais barato prevenir que remediar. Um cancro detectado a tempo é curável, detectado muito tarde, nada há a fazer… Que grandes interesses levarão a não seguir opinião tão sensata!!
Seguiu-se a poesia (declamada por dois habituais tertulianos).
Passou-se de seguida para o mais acalorado tema do dia, a cobertura jornalística da morte, a 27 de Agosto de 2005, dum polémico crítico taurino espanhol, Navallon (homem independente, não manipulável, verdadeiramente livre, por isso mesmo, muitos inimigos criou), natural de Salamanca, assunto que foi tratado de maneira muito diferente pelos três diários de Salamanca e pelos nacionais, com o destaque normal num deles.
Terminou a tertúlia com a referência ao aumento constante e sistemático do preço do petróleo, sua relação com a guerra do Iraque e sobre a política de George W. Bush.
Da nossa congénere salamantina, recebemos alguns exemplares da revista “La Tertulia Escudos IV”, vai no n.º 3 (4, incluindo o n.º 0), que faremos chegar a algumas bibliotecas. Assim, entregámos na Biblioteca Municipal de Castelo Branco e será entregue amanhã na B. M. Portalegre este n.º da revista, assim como, em mais algumas bibliotecas.
Mais uma excelente jornada cultural, semeada de fraternidade genuína, não da institucional que tantas vezes nada significa.
“Tertulia Escudos IV”: Uma casa onde nos sentimos muito bem, porque somos sempre bem recebidos e por um comum entendimento e defesa (exercido em cada tertúlia) da Democracia e da Cultura. Até (muito) breve.
Luís Norberto Lourenço
(Organizador e fundador da Casa Comum das Tertúlias)
Ver mais em:
http://escudos.webcindario.com/20052.htm#ULTIMA%20TERTULIA
1 Comments:
Artigo publicado integralmente no "Notícias da Covilhã" de hoje, 16 de Setembro de 2005.
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