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Casa Comum das Tertúlias

Blog da CCT. Espaço de intervenção e de reflexão. Aqui a Cultura e a Democracia são as prioridades. Participem.

sexta-feira, março 30, 2007

Conhecer e divulgar o património da cidade (comentário*)

Sobre a crónica que a seguir transcrevo na íntegra...
A iniciativa referida, datada de 17 de Março, teve uma dupla organização (Sociedade de Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior e Casa Comum das Tertúlias) e um apoio (Museu do Trabalho Michel Giacometti de Setúbal).
Com partida de Castelo Branco tinha duas cidades como destino: Lisboa (com visita a exposição à Fund. Cal. Gulbenkian) e Setúbal (vários locais, começando na Igreja do Convento de Jesus e a terminar no Forte de S. Filipe).
A SAMFTPJ organizou a visita à FCG e o transporte de CB.
A CCT organizou a visita em Setúbal, almoço incluído, contando com o apoio do Museu do Trabalho de Setúbal.
Este breve comentário vai de encontro ao que oportunamente fizemos chegar à Reconquista e que atempadamente escrevemos nos blogs da CCT.

*Por: Luís Norberto Lourenço

Pode ler esta semana em:
http://www.reconquista.pt (Opinião)

A crónica:

Opinião
Cata-ventos
Conhecer e divulgar o património da cidade

Se o leitor tivesse participado numa iniciativa da Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, poderia ter extraído algumas conclusões acerca da maneira como outras cidades se organizam para dar a conhecer o seu património histórico. Em causa estava Setúbal, uma cidade não muito rica deste ponto de vista mas capaz de o valorizar, explicando-o ligado ao presente, contextualizando-o histórica e culturalmente, puxando e afirmando as marcas visíveis e invisíveis do passado na sua actualidade. Tudo isto dinamizado por um animador cultural que nos guiou, muito bem preparado, de beco em beco, por igrejas, palácios, estátuas, museus e fortificações.

Comparativamente com Castelo Branco, não podemos dizer que Setúbal tem muito mais, ou muito melhor, ou mais grandioso, ou mais antigo, ou mais valioso, ou mais significativo. Tem as suas armas de afirmação histórico-cultural, como Castelo Branco tem as suas: castelo, igreja de Santa Maria (com o túmulo de João Roiz), portais quinhentistas, restos da muralha medieval, Praça Velha com a Casa do Bispo, a ainda biblioteca, o celeiro da Ordem de Cristo e solares, palácios, Jardim do Paço e Parque, cruzeiro quinhentista de S. João, chafariz, também quinhentista e tão maltratado, de S. Marcos, Sé, Convento de Santo António, igrejas da Senhora da Piedade, do Espírito Santo e da Senhora de Mércules, museus. Muita história e muitas histórias com história e cultura a pedirem promoção.

É muito património que a cidade não conhece bem e por isso não valoriza, não aprecia porque não conhece e não promove porque não percebe que a individualiza, lhe dá historicidade e culturalidade, uma força que confere potencialidades para um sentido novo do desenvolvimento das cidades. As cidades de hoje puxam estas marcas que da história chegaram, formam animadores culturais para divulgação da sua individualidade e para a sua apresentação como praça de turismo cultural e fixação de (futuros) residentes. Pergunto-me se Castelo Branco tem essa perspectiva e concluo que não possui, por enquanto, na falta de um projecto estratégico, essa capacidade organizadora de se ficcionar como território histórico-cultural imergindo na cultura da sua cultura histórica e fazendo dessa capacidade uma componente importante da equação do seu desenvolvimento.

Autor: Manuel Costa Alves 29-03-2007

1 Comments:

At 6:59 da tarde, Blogger Stalker said...

Concordo e bastante com a crónica do Manuel Costa Alves. A lacuna está referenciada há muito tempo mas tarda em ser colmatada.
Um abraço!

 

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